terça-feira, 26 de março de 2013

Constantes e variáveis, o que muda fora do BBB


Imagine passar dois meses e meio sendo vigiado? Cada passo que você dá é registrado. Cada movimento, desde o café da manhã até o descanso é acompanhado por pessoas que você não conhece. Cada atitude, porre em uma festa, brigas, tudo é comentado. Não parece muito fora da realidade de cada um de nós, certo? Afinal o que as câmeras de segurança não gravam nós corremos para postar nas redes sociais.



Agora imagine ficar o mesmo período sem acesso às mesmas redes, de fato, sem mesmo mexer em um simples computador. Sem ter imagem em HD do que acontece do outro lado do mundo. Sem mandar um sms, ver o vídeo viral do momento ou a última temporada de The Walking Dead na internet.

Após 12 anos de exibição, o BBB impacta seus participantes de maneira diferente. O conceito de “Big Brother”, de George Orwell, já não parece tão fora de nossa própria realidade. Esse choque deu lugar a outro, o das privações de hábitos tão típicos da vida moderna.



O público também mudou. Seria possível, nas primeiras edições, uma mulher formada, com grandes possibilidades de uma carreira bem rentável, após passar da conta em quase todas as festas, namorar um belo rapaz e ganhar um carro caro ainda assim levar o prêmio? Considerando os primeiros vencedores, praticamente impossível ocorrer. O público não ficou menos machista, não é o que quero dizer. No entanto, exige um estilo de jogo mais inteligente, firme, mais sofisticado. Humildade não é mais sinônimo de pouco dinheiro. Gente “do bem” também joga, articula, cria seu grupinho. Aliás, nada é tão ultrapassado quando esse coisa de “gente do bem”.



Fernanda deslizou algumas vezes no português, até bastante para uma advogada. Mas soube como poucos usar cada aparição a seu favor, errando na concordância mais brilhando na coesão. Cativou com meiguice mas prendeu com astúcia, tornando seu carisma notável. E nada vence mais BBB do que um bom carisma. Essa parece ser a única constante da equação.




De modo geral, o programa continua o mesmo. Sua premissa, pessoas que não se conhecem confinadas e vigiadas 24 horas por dia, jamais mudará. Mas o mundo muda cada vez mais. E isso, para desespero dos detratores, é o que pode dar ao BBB mais alguns anos de vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário