terça-feira, 30 de abril de 2013

Sangue bom e a reciclagem bem feita



Maria Adelaide Amaral foi a autora de alguns sucessos de público e crítica. Dentre as novelas, não teve tanta sorte no início, ainda como colaboradora, com alguns tropeços como O mapa da mina (1993) e Sonho meu (1994). Alcançou melhor resultado colaborando com Silvio de Abreu em A próxima Vítima (1995) e adaptando Anjo Mau (1997, creditada como autora principal). Adaptações se tornariam comuns em sua carreira. Em minisséries, já como autora principal, trabalhou em  A Muralha (2000), Os maias (2001, uma dentre as prediletas dessa que escreve), A casa das sete mulheres (2003), JK (2006), Queridos Amigos (2008), Dalva e Herivelto (2010), Dercy de Verdade (2012). Voltou as novelas com TiTiTi (2011), outro remake. Dessa forma, Sangue Bom é o primeiro trabalho mais pessoal da autora, não sendo escalada como colaboradora, nem adaptando uma história já escrita ou dramatizando um fato histórico. Do ponto de vista autoral, Sangue Bom pode ser encarado como uma estreia.

E essa é a equação: uma aposta no quase novo e muitas apostas no quem vem dando certo. Sangue Bom bebe claramente das fontes dos últimos sucessos do horário. Elenco jovem, nova classe C, mundo da moda e das celebridades além de muita cor são alguns dos ingredientes que puderam ser encontrados. A direção de Denis Carvalho conseguiu dar uma cara nova a elementos já bastante usados. E pelo que estou lendo pelas colunas especializadas, colou. Inovação é palavra recorrente sobre a estreia. Um pequeno exemplo dos estratégicos lugares seguros a que a novela recorrerá é a volta de um casal bastante aclamado em uma minissérie. Mas manterei esse suspense por enquanto. Caso essa equação funcione, não dou muito tempo para que os sapatos da protagonista Amora (Sophie Charlotte) sejam recorde de vendas e que as vendas de flores tenham um súbito crescimento.



No primeiro capítulo pode-se ver que os carismas de Marco Pigossi (o rosa chiclete de Caras e Bocas) e Isabelle Drummont (uma das empreguetes de Cheias de Charme) serão amplamente explorados. A jovialidade e o ótimo time de humor (Bruno Garcia, Giulia Gam, Ingrid Guimarães, Rodrigo Lopez e Marisa Orth, entre outros) são minhas apostas para sustentação de uma boa audiência nos próximos meses de exibição. Audiência essa que não foi registrada na estreia. Mais pessoas conferiram as estreias de Cheias de Charme e Guerra dos sexos, ficando Sangue Bom na parte de baixo de uma longa lista dos últimos folhetins das 7. Esse índice deve mudar, caso a novela mantenha o humor afiado e a boa química do elenco. O ritmo acelerado e refinamento da estreia, no entanto, não deve se manter. Momentos inspirados e criativos, como o medley de “Que país é esse?”, da Legião Urbana, “Top Top”, dos Mutantes e “Brasil”, de Cazuza são pratas reservadas a estreias.  Além disso, poucos autores conseguem a proeza de introduzir um novo elemento a cada capítulo ao longo de mais de nove meses. Porém ficarei na torcida.



Outra novela que está em ritmo acelerado, mas devido as suas emoções finais é Salve Jorge. Para fazer um balanço dos últimos (e muitos) acontecimentos, dedicarei o próximo post, ainda essa semana! Após longas férias em Aruba, o Bloggezinho volta com tudo!

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