quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Oscar e o esquecimento

Como quase todos viram, Argo venceu a principal categoria do Oscar, mesmo que Ben Affleck não tenha sido indicado a melhor Diretor, que era ao meu ver, a única coisa que colocava alguma dúvida de que seria esse o resultado. Acredito que a maioria das pessoas ficaram um pouco decepcionadas, apesar de Argo não ser um filme ruim. A questão é que se cumpriu uma tendência de que o Oscar não premia os filmes que serão memoráveis, obrigatórios para qualquer pessoa que queria aprender mais sobre cinema. Enfim, não premia candidatos à clássicos.




Pode ser que eu queime a língua, que Argo se torne um "must see". Mas anos e anos de premiação mostram que a teoria não é infundada. Separei alguns vencedores (desde 1990) da principal categoria e coloquei lado a lado filmes que são queridos de boa parte dos cinéfilos e foram preteridos pela auto-proclamada maior premiação do cinema mundial. E estou considerando apenas os filmes indicados! Certamente outras preciosidades foram lançadas e não tiveram nem uma honrosa indicação, como O Mestre e Os Intocáveis esse ano.

1990 - Dança com Lobos, de Kevin Kostner
Um bom filme, mas no mesmo ano o clássico Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese também concorria.

1994 - Forest Gump, de robert Zemeckis
Outro ótimo filme, mas inegavelmente a referência cinematográfica do ano é Pulp Fiction, de Quentin Tarantino.

1996 - O paciente inglês, de Anthony Minghella
Esse ano eles estavam inspirados ou apenas não notaram a genialidade dos ainda jovens irmãos Coen, com Fargo.

1998 - Shakespeare Apaixonado, de John Madden
No mesmo ano, O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg também concorria. Não tão conhecido, mas obrigatório, também concorria Além da linha vermelha, de Terrence Malick.

1999 - Beleza Americana, Sam Mendes
É um ótimo filme, mas o clássico do ano é certamente O Sexto Sentido, de M. Night Shyamalan, que deu frescor ao gênero thriller.

2001 - Uma mente brilhante, de Ron Howard
Além de ser o ano do primeiro filme da trilogia de Peter Jackson, O Senhor dos Anéis, cujo livro era considerado impossível de adaptar, também marca a presença de Moulin Rouge, de Baz Luhrmann, que querendo ou não trouxe de volta o gênero musical, tornando possível no ano seguinte a premiação de Chicago, de Rob Marshal.

2005 - Crash, de Paul Haggis
Um filme pretensioso premiado e muita coisa boa deixada de fora das indicações. Entre as indicações, todos bons filmes: Capote, de Bennett Miller, Boa noite e Boa sorte, de George Clooney, Munich, de Steven Spielberg e Brokeback Mountain, de Ang Lee. Destaco o último por ser um filme que muitas pessoas se lembrarão por muito tempo.

2010 - O discurso do Rei, Tom hooper
É recente, então não tem como discutir o fator "clássico", mas tenho que mencionar porque pareceu pegadinha. Sem exagero, mas era o PIOR filme da lista. Não digo que ele seja de todo ruim, mas nesse ano concorriam O vencedor, de David O. Russel, 127 horas, de Danny Boyle, A Rede Social, de David Fincher, Bravura Indomita, dos irmãos Coen, de Debra Granik (com a atual vencedora do Oscar Jennifer Lawrence) e como se não bastasse, os já clássicos A Origem, de Christopher Nolan e O Cisne Negro, de Daren Aronofski. Em 2010, exageraram no vinho da Academia.


O que isso quer dizer? De forma alguma o Oscar é garantia de ver um bom filme, muito menos um filme "obrigatório". Muita coisa premiada cai no esquecimento. O filme desse ano que certamente será lembrado por muitos e muitos anos é Amour, de Michael Haneke, que atingindo o grande público sem deixar de ser um legítimo filme do diretor austríaco. Pretendo falar mais sobre ele em um post dedicado aos indicados a melhor filme estrangeiro, categoria vencida exatamente por Amour. Também devem ser lembrados Django Livre, de Tarantino e Lincoln, de Spielberg, por manterem as carreiras de ambos em alto nível. Apostando alto, também incluiria Indomável Sonhadora, de Benh Zeitlin, por mostrar uma realidade americana tão desconhecida.




Então para fazer sua lista de filmes não pense apenas nos antigos vencedores e procure também outras premiações, como Cannes e também Gramados, com nossos filmes. Indico também um ótimo site para essa busca o They Shoot pictures, don't they?, com uma lista imensa e variadíssima de filmes escolhidos, vejam só,  pelos melhores diretores e profissionais do cinema.

PS: ainda não vi A hora mais escura, de Kathryn Bigelow, que também deve ser um filmaço.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Expectativas (drop your expectations)



Quase sempre, todos nós vamos assistir a um filme com alguma expectativa. Porque já vimos outros filmes bons do diretor, porque gostamos muito do trabalho do ator, porque nos identificamos com a sinopse ou até porque aquela opinião confiável, que sempre acerta, já deu seu parecer, sempre há algum motivo.

Nunca estamos totalmente zerados ou livre de preconceitos. Isso pode acabar com a experiência de um filme que poderia ser bom. De modo geral ter expectativas boas ou ruins, não é saudável. No entanto torcer no Oscar, a premiação de cinema que acontecerá neste domingo, é um festival de expectativas e meros pitacos, já que geralmente não vi nem metade dos filmes, mesmo os que concorrem a principal categoria.

Isso não muda minha expectativa, por mais que evite, sobre alguns filmes indicados a principal categoria, então vou compartilhá-las, “pitacar” e registrar para que lembre caso preconceitos ruins se revertam em boas surpresas.


Indomável Sonhadora

É óbvio que não leva, mas o filme de estreia do jovem Behn Zeitlin, cuja tradução livre seria “Bestas do Sul selvagem” é muito bom. Honesto, mostrando um lado americano pouquíssimo explorado no cinema, o da pobreza, mostra como um mundo diferente obriga pessoas a ter outras regras e atributos. A atriz Quvenzhané Wallis é a mais jovem indicada à categoria de melhor atriz da história.




O lado bom da vida

Por Deus, quem traduz esses títulos? Enfim, do diretor David O. Russel, que há alguns anos concorreu com o ótimo “O vencedor”, tem cara de típica comédia romântica e está indo bem nas bilheterias. Mas Russel costuma ser mais interessante do que isso, contando histórias bem cotidianas e particulares (até mesmo Três Reais, que apesar de situar na guerra do Golfo, se concentra no particular) que vão filosofando, filosofando até não chegar a lugar nenhum. Acho que com esse ele chega ao ponto alto de seu estilo mais comercial.



A hora mais escura

A já vencedora do Oscar Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror (desbancando Bastardos Inglórios e mais notoriamente, Avatar) realiza mais um filme de guerra mais polêmico que o anterior, sobre a caçada a Osama Bin Laden. Inicialmente, o filme seria sobre a caçada fracassada, após 11 de setembro. Mas durante a pré-produção, Osama foi capturado e a trama mudou.  Acredito que o tema seja abordado sem maniqueísmo e excesso de pretenso heroísmo americano tão irritante. Se é bom cinema, só vou descobrir assistindo. 


Argo

Apesar de ter ganhado o Globo de Ouro, o diretor Ben Affleck (muito melhor diretor do que ator, por sinal) não concorre à categoria de melhor diretor. Por já ter ganhado o outro prêmio, seria o favorito, mas o fato de não concorrer à direção deixa tudo no ar.  O filme é dinâmico como o tema exige, mas consegue ser mais pessoal que a maioria dos filmes do gênero,  quer dizer, as relações interpessoais tem um foco tão grande quanto a trama de espionagem/resgate e torna o filme mais caloroso. O início é bem corajoso, mas o final...


Lincoln

Já que Affleck não concorre à melhor diretor talvez Lincoln tenha boas chances. Daniel Day-Lewis está perfeito, como sempre, na história sobre como o presidente dos Estados Unidos conseguiu os votos necessários para abolir a escravatura durante a Guerra Civil. Não é nem de perto dos melhores filmes que concorre, claro, considerando apenas os que vi. Mas é ligeiramente melhor que o anterior de Spielberg, Cavalo de Guerra.


Os Miseráveis

O diretor Tom Hooper já venceu há dois anos com O Discurso do Rei (em um ano que concorriam Cisne Negro, O Vencedor, A Origem, A Rede Social, Inverno da Alma, Bravura Indômita, resumindo, era o pior filme concorrente) e parece fazer “filmes para Oscar”. Dramáticos, conservadores, com um ou outro detalhe peculiar meticulosamente escolhido, nesse caso, um musical.  Não sei se é melhor que o filme anterior, espero que sim, mas acredito que Academia não premiaria duas vezes em tão pouco tempo um diretor com poucos filmes expressivos. Mas sei lá, a Academia é louca. Olha o tempo que levou pro Scorsese ganhar alguma coisa!


As aventuras de Pi

Em meio a polêmica de ter surrupiado a história do escritor brasileiro Moacyr Scliar, o vencedor Ang Lee, por Brokeback Mountain, deve estar apenas preenchendo a lista de candidatos. O filme deve ser interessante, porém muito dificilmente melhor que O Mestre, fora da categoria principal.


Amor

Filme de língua estrangeira que concorre a melhor filme automaticamente ganha a categoria de língua estrangeira (aliás, nas próximas semanas comento com mais detalhes essa categoria, que para mim é até mais interessante que a principal). Então talvez Michael Haneke, com suas milhares de Palmas de Ouro, finalmente leve, tendo No, do Chile e O Amante da Rainha, da Dinamarca correndo por fora. É facilmente um dos 3 melhores filmes dessa lista de 10 concorrentes a Melhor Filme. É também o filme mais acessível de Haneke e Emanuelle Riva, conhecida pelo clássico Hiroshima, Mon Amour, deveria ganhar a estatueta de melhor atriz.


Django Livre

Já falei sobre Django no blog, não é o melhor filme de Tarantino, mas se a Academia fosse mais, digamos, democrática, seria certamente um dos fortes candidatos. Entretanto não tem a menor chance, acho que nem o Christopher Waltz, que ganhou com Bastardos Inglórios ao prêmio de melhor ator coadjuvante. Mas talvez ganhe melhor Roteiro Original, que Tarantino já ganhou, por Pulp Fiction e concorreu por Bastardos.

Pode ser que expectativas sejam boa coisa. Talvez no futuro, eu escreva um post sobre filmes para os quais não dava nada, mas que se tornaram queridos após assistir.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Mestre, de Paul Thomas Anderson



O diretor Paul Thomas Anderson, ou apenas PTA, como assina seus filmes, faz parte junto a Quentin Tarantino,  Spike Jonze entre outros, de uma safra de diretores que aprendeu seu ofício assistindo filmes,  não em salas de aula, já que abandonou a Faculdade de Nova York de Cinema após apenas dois dias. Foi forjado pelo estilo de vários diretores: os movimentos de câmera de Bertolucci, tramas em torno de uma redenção, como Spielberg, o panorama de personagens de Robert Altman e a pré-concepção meticulosa de cada cena, como Scorsese.  Mas apesar de tantas influências, Anderson, já pode-se dizer, constrói uma carreira singular e autêntica.


Se no início de sua maturidade cinematográfica o panorama de personagens era a tônica, como em Magnólia e Boogie Nights, em seus dois últimos filmes, Sangue Negro e agora O Mestre, ele se aperfeiçoa em fazer um estudo de personagem. Após Daniel Day-Lewis expressar esse raio-x (Sangue Negro), em O Mestre, coube a um entregue Joaquim Phoenix o papel de um alcoólatra, veterano da Segunda Guerra que não consegue se adaptar a uma realidade que já não era mais a sua. Com a ajuda de um guru espiritual, interpretado pelo magistral Philip Seymor Hoffman, voltando a integrar o elenco de um filme de Anderson (após  Embriagado de Amor, não esteve presente em Sangue Negro) ele tenta largar seu vício, curar seu traumas e procurar algum sentido nessa vida, voltando-se para outras vidas. Amy Adams interpreta a mulher do líder espiritual e compõe esse núcleo familiar obtuso tão constante nos filmes de Anderson.




Mesmo sendo inspirado parcialmente na Cientologia, seita muito seguida em Hollywood, e considerando a recorrência de temas religiosos na filmografia do diretor, O Mestre não pretende discutir verdades ou mentiras nesses cultos e sim, muito mais, divagar sobre até que ponto uma ideia é apenas uma ideia e quando seguir algo se torna uma força castradora e opressora.  De que modo alguém pode buscar suas próprias verdades ou se subjulgar a alguém, vivendo à deriva até encontrar uma âncora. Acreditar por acreditar em algo, apenas para dar algum sentido a vida, de uma forma bem mais violenta e amarga que o personagem hipocondríaco de Woody Allen, em Hannah e suas irmãs. Será que, como o personagem de Phoenix, precisamos que a todo momento alguém nos diga "lute contra isso", "esse é seu inimigo", "vá atrás daquilo e ache o que procura"? Segundo seu mestre, sim.


De maneira quase videoclíptica, não pela velocidade dos cortes, mas sim pelo uso quase onipresente da trilha que mistura a pegada orgânica de Sangue Negro, que também foi composta por Jonny Greenwood, e que começou timidamente em Embriagado de Amor, com músicas dos anos 50 com o tema “separação e reencontro”, Anderson se reinventa e surpreende sem perder as notas que caracterizam seu cinema e que fascinam fãs, como eu.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O Brasil "tá" vendo!

De todas as frases erradas e estúpidas já ditas no BBB (e olha que não foram poucas) essa talvez seja uma das mais questionáveis e pode nos fazer refletir. Hoje digo "Agora o Brasil tá vendo".
Quando começou a ser dita, talvez por volta de 2003, estávamos limitados a acompanhar as edições diárias da Globo e alguns resumos na Multishow. Filtros e mais filtros de julgamentos, percepções, preferências e, claro, interesses até que 24 horas sobre várias pessoas chegassem até nós. Era impossível o Brasil ver coisa alguma.

Em cerca de 5 anos o Pay-per-view, entre outros mecanismos não tão cristãos, popularizou-se, fazendo com que alguns brasileiros "vissem" o que de fato acontecia. Ficaram perceptíveis a manipulação de tramas (e até criação de romances) por parte da caprichosa edição global, mudanças de contextos, mudanças na ordem dos acontecimentos, omissão de declarações importantes, tudo para fazer deste ou daquele o consagrado vencedor. Soa familiar? E não me refiro a nada desse século.

Outras formas de manipular a novela da vida real foram criadas, baseadas em twists estrangeiros. Alguns se mostraram extremamente eficazes, como o Big Fone, excelente para que a direção "emparede" ou "salve" quem bem entender. Verdade que nem sempre dá muito certo, mas o fato é que a introdução do recurso deu-se para que paredões mais aprazíveis, digamos, fossem formados. Outras ferramentas apenas mexem nos nervos dos participantes, sem favorecer necessariamente este ou aquele, como Poder do Não, o extinto Poder do Veto (mas presente em todos BBUS), a xepa (também presente em outros países, mas com dificuldades ainda maiores para os "heróis") e a mais recente: o jogo da discórdia, que essa semana gerou um tumulto que creio que nem a direção imaginava. Até as bebidas e o papo agradável com Pedro Bial serve para plantar sementes e chacoalhar o jogo.

Pois, baseado nos resultados do atual BBB, a Globo vai ter que se contentar com as manipulações mais brandas, citadas no último parágrafo. As omissões não adiantaram, o que foi dito, foi visto ou lido, por um canal, uma coluna ou uma rede social. É muito terreno pra Globo conseguir cercar. O grande filtro, ainda que duvidoso, finalmente é o público (ou não, quem ainda não duvida que votações podem ser manipuladas?). Mas darei o voto de confiança: o Brasil nunca viu tanto.

Então, para que serve mesmo ver tanto um programa que vai do nada a lugar nenhum, sem informações, em que o ponto alto é barraco? Eu digo: educação. É, isso mesmo, educação. Educar nosso discernimento, nossa atenção, nosso bom senso. Educar nossos olhos e ouvidos. Porque se já tentam falsear a realidade de um programa que vale "apenas" 1 milhão e meio, imagina os malabarismos que não são feitos para desinformar sobre nossa realidade, aqui fora da casa, agora sim e infelizmente, mais vigiada do Brasil. E se não percebemos todos os filtros nesse programa, filtros mais simples, mais dedutíveis, já que temos acesso ao todo, perceber o que é realmente complexo, cercado de interesses muito maiores, é realmente impensável. Não é teoria da conspiração. Como diria outro reality show: "não é nada pessoal, são só negócios".

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Procura-se personagem sem vícios

Maciel (Edson Celulari) na minissérie "Decadência"


Há cerca de 18 anos, Globo e Record travavam uma grande (e ridícula) briga por audiência cheia de escândalos. A Globo divulgava valores astronômicos das fortunas de Edir Macedo, esse chutava imagens católicas e era mal falado pela rival. Em contrapartida, A Record exibia em seus jornalísticos reportagens sobre padres pedófilos (por esses ataques, dá até impressão que a Globo é a Rede Vida). Talvez a crítica mais sutil e interessante tenha vindo com a minissérie global "Decadência" (1995), protagonizada por Edson Celulari, que vivia um ex-motorista que fundou sua própria religião neopentecostal, ficou milionário e queria cada vez mais poder, enquanto seu caso romântico na juventude, vivido por Adriana Esteves, fazia um contraponto dramatúrgico, sendo PTista e idealista. Brigas à parte, fica a arte.


Hoje, a questão entre as duas emissoras é a recém abordagem de ícones de religiões africanas, por parte das novelas da Globo. Record e pastores enfurecidos fazem campanha para que fiéis não assistam tais programas e exigem que a rival seja mais democrática com as Igrejas Evangélicas, incluindo personagens evangélicos na trama, desde que aborde o tema com realismo, sem escárnio. Segundo eles, sempre a religião é retratada de forma satírica.

Pelo que li hoje, não precisava nem pedir. Segundo fontes, a sucessora de "Salve Jorge", folhetim das 21h terá uma importante personagem evangélica. No entanto, ainda não é hora de apostar que a comicidade não estará em cena. Na trama de Walcyr Carrasco, a crente seria uma ex-piriguete que tenta sem sucesso várias formas de ganhar a vida. Influenciada por sua mãe, uma ex-vedete, rival de Rita Cadillac e interpretada por Elisabeth Savalla, colaboradora constante de Walcyr, a nossa futura heroína encontra a redenção em uma Igreja evangélica e se torna uma cantora Gospel. Por um lado é uma história que pode mostrar como a religião "dona" da concorrente pode recuperar a esperança e a dignidade das pessoas. Mas quem será a atriz escolhida?

Há alguns dias, foi publicado pelas principais colunas informativas de entretenimento (também conhecidas como colunas de fofocas) que a Globo estaria cortando custos, não pagando hospedagem dos atores de fora do Rio de Janeiro, onde serão gravadas as cenas da novela em questão, com título provisório "Em nome do pai". Dizia também que muitos dos atores seriam "caras novas", estudantes da escola de atores do próprio diretor da trama, Wolf Maya. Brinquei com uma amiga que talvez então Roxane, a personagem de Tatá Werneck no recém extinto (snif) Comédia MTV, faria parte do elenco. Para quem não conhece e não quer clicar no link, Roxane é uma típica atriz-modelo-dançarina, aparentemente sem a menor vocação para atuação, que faz testes e afirma estar "fazendo Wolf". Parece que ouviram meus pensamentos, pois Roxane, quer dizer, segundo alguns sites, Tatá Werneck está confirmada para viver a tal garota evangélica. Outros apenas confirmam o destaque na novela para uma personagem evangélica, que seria intepretada por Ingrid Guimarães, Daniela Valente ou Tatá Werneck, sendo a última a mais provável. De qualquer forma, todas tem grande experiência com o humor.


Tatá Werneck como "Roxanne", a piriguete tapada, aspirante a atriz e estudante da escola de Wolf Maya, mas sem muitos talentos.

Será que haverá algum tipo de sarcasmo? A novela já tem outros temas polêmicos prováveis e outros confirmados, como erro médico e adoção por homossexuais. Seria muita polêmica em um lugar só. Sendo a Globo uma emissora devota do dinheiro que não defende uma religião específica, é possível que o tema seja tratado com leveza e respeito, ficando a dúvida se será visto com leveza e se é interessante para o outro lado demonstrar que está sendo respeitado. De qualquer modo, mesmo que a Globo queira dar uma atenção para o público evangélico que não concorda com as tramas das novelas, ainda vejo como um público perdido, porque novelas da Globo sem Cadinhos e Norminhas são inimagináveis. Alguém tem que pular a santa cerca.

Obs: ainda essa semana, um post sobre o BBB.